Contra o HPV, vacine os seus filhos na pré-adolescência

Ocorrem no mundo 500 mil novos casos de câncer de colo uterino, anualmente. Entre essas mulheres, 99,7% tem o HPV (sigla em inglês para vírus do papiloma humano). No Brasil, de acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), surgem 19.200 novos casos da doença a cada ano, enquanto ela mata mais de 4 mil mulheres. A vacinação antes do início da vida sexual é a forma mais eficaz de prevenção. Os pais devem estar conscientes sobre a importância dessa medida de saúde pública de altíssimo impacto para evitar um câncer em seus filhos, assim como os problemas inerentes da doença sexualmente transmissível (DST). Até porque o preservativo não consegue conter o HPV.

 

Meninos também devem ser vacinados

Com mais de 100 tipos diferentes e classificados de acordo com o risco a tumores malignos, esse vírus é causador de lesões e de cânceres de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis, e, devido à infecção por sexo oral, também: orofaringe, laringe e cavidade bucal. Os subtipos de maior incidência têm duas vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), desde 2006. A bivalente protege contra os subtipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já a quadrivalente protege também contra os subtipos 6 e 11, causadores de 90% das verrugas genitais. É por isso que os garotos devem ser vacinados somente com a quadrivalente. Proteja o quanto antes a sua família com a vacina contra o HPV. Estima-se que cerca de 50% da população sexualmente ativa entrará em contato com o vírus do papiloma humano em algum momento da vida.

Cuidados adicionais

A vacinação somente previne as infecções por HPV de maior incidência. É essencial que o exame preventivo de Papanicolau continue sendo realizado anualmente, porque é a forma mais segura de identificar os possíveis tumores, o HPV e as infecções vaginais. Nos homens, o exame de peniscopia ou teste de biologia molecular devem ser feitos rotineiramente pelo urologista. Vale ressaltar que a camisinha deve ser usada durante todas as relações sexuais para prevenir as diversas doenças sexualmente transmissíveis.

Comportamento sexual dos jovens

Ao contrário do que temem alguns pais mais conservadores, a vacinação precoce contra o HPV não estimula a prática sexual com mais parceiros, em relação aos não-vacinados. Estudos feitos nos Estados Unidos e no Reino Unido jogam por terra essa crença. Pesquisadores da University College London analisaram dois grupos de meninas com média de idade em torno de 17 anos, um de vacinadas e o outro não. O comportamento sexual de ambos foi o mesmo. Algumas daquelas que ainda não tinham recebido o medicamento foram vacinadas durante a pesquisa, e o número de parceiros delas não sofreu qualquer mudança em relação ao período anterior à imunização. Um estudo americano que acompanhou a vida sexual de 1.400 garotas de 11 e 12 anos nos três anos seguintes à vacinação chegou à mesma conclusão que os britânicos. Converse com o pediatra dos seus filhos. Informe-se.

Texto de caráter informativo. Consulte um especialista.
Fonte: Alergistas da Clínica Pró-Imuno, de Botafogo, Rio de Janeiro.
Imagem: http://phil.cdc.gov/